quinta-feira, outubro 12, 2006

Olha a CALOIRADAAAAAAA!!!


“Foi um sonho de menino
Uma lágrima de côr
A razão de um desejo
De um dia ser Doutor”
Tuna de Medicina de Coimbra

Mais um ano que começa, mais uma “fornada” de caloiros que chega!
Jovens, alegres, cheios de sonhos, projectos e todos com a sensação que podem agarrar o mundo com uma só mão …
Nós cá continuamos, os mesmos de sempre, para lhes estender a nossa própria mão e guiá-los pelo caminho que já tão bem conhecemos!
A nossa mensagem para os caloiros é só esta: Toma atenção caloiro que o caminho não é fácil!!! A praxe é dura … como a vida … mas tudo é uma aprendizagem para te tornares uma pessoa melhor! Só há uma coisa que podemos garantir… vão ser os melhores anos da tua vida!!! APROVEITA!
Em especial para as meninas-caloiras, a Damastuna está de portas abertas para quem nos queira a seu lado nessa sua caminhada pela vida académica :)
Um “caluço” a toda a caloirada … ou julgavam que isto eram só palavras doces?!?! ;)

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Domingo, Outubro 14, 2007
É tempo de praxe


Todos os anos por esta época as universidades portuguesas enchem-se de estudantes que fazem coisas ridículas sob orientação dos seus colegas mais velhos. Esta semana cruzei-me em Aveiro com um longa bicha de caloiros que vinham da ria acartando nas mãos, debaixo do sol, sacos plásticos cheios de lodo. Presumo que a intenção fosse levar aquela porcaria para a Universidade. Em Coimbra, ao pé da escadaria monumental, passei por um estudante com o traje académico que era escoltado ao caminhar por quatro colegas recém-chegados à capital da cultura universitária que o rodeavam de braços estendidos no ar agarrando a capa dele sobre a sua insigne cabeça para que esta não apanhasse sol de mais. Suponho que teria medo que o pequeno cérebro derretesse.
Chamam a isto a praxe, e a justificação dada para que os colegas mais novos se tenham de lhe submeter é a necessidade de “integração”. Só há integração para quem não fizer ondas e aceitar com humildade os tratos de polé. Os caloiros são mandados fazer figura de urso para se poderem integrar, com a promessa de que um dia também poderão ser superiores prepotentes e terão enfim o direito de mandar uma nova geração de inferiores (caloiros/lamas/lodos) fazer por sua vez figuras tristes. É a apologia da humilhação como estratégia pedagógica.
Dizem os praxistas que é bom como aprendizagem para a vida, como preparação para o mundo. Aprende-se assim a respeitar a hierarquia, preparam-se os jovens para um modelo de relações profissionais baseado não no respeito mútuo, mas nas pequeninas e mesquinhas maneiras quotidianas de lembrar quem é o superior. Um modelo onde pouco conta o mérito, onde as ideias novas ou diferentes são malvistas, no qual importante é saber lamber as botas de algum cacique. Aprende-se a obedecer sem questionar. Para que se perpetue uma cultura que promove o medo de ser o destravado da língua que comete a heresia de dizer que o rei vai nu. E que é saneado pela ousadia. A praxe é um reflexo do triste país que temos, portugalzinho no seu pior.

Publicada por João Paulo Esperança em 11:52 PM 0
in Hanoin Oin-Oin

14/10/07 4:13 da tarde  

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